Resenha de filme - cópia fiel
Tendo conhecido James Miller através da palestra sobre seu livro, Elle (Juliette Binoche), francesa que possui uma galeria de arte na Itália, o convida para um passeio. É no início desse passeio, no carro de Elle, que pode ser exemplificada a excelente estrutura técnica e de imagem do filme: há o posicionamento da câmera de forma que a paisagem local seja refletida pelo vidro da frente do carro, como se o público estivesse no ângulo de visão de qualquer transeunte, mas essa dimensão é quebrada quando os personagens se entreolham e iniciam um diálogo mais pessoal, de forma que as imagens passam a ser captadas na parte interna do veículo e deixa de existir o vidro entre o público e os personagens.
Chegando a um café, Miller e Elle são confundidos com cônjuges, decidindo encarar esse papel, tornando-se “uma cópia” de um casal com problemas de relacionamento, sempre tendo como pano de fundo e conectivo o contexto artístico europeu. Nessas cenas a profundidade lírica se dá pelas excelentes atuações e pelos diálogos bem estruturados que constantemente tratam de humanizar os personagens, apresentando as modulações emocionais e contradições inerentes a qualquer ser humano. A personalidade de Elle e a forma como a câmera se direciona pra ela em alguns momentos – é fácil questionar