Resenha de artigo sobre a adoção por casais homoafetivos
Trata-se de uma pesquisa realizada com dois casais homoafetivos, no intuito de analisar o exercício da homoparentalidade, verificando as características específicas existentes no relacionamento parental homossexual, bem como compreender o olhar dos pais com relação a seus papéis parentais, de acordo com a sociedade e cultura brasileira. Foi utilizado o método clínico-qualitativo e os dados foram coletados e registrados em campo, através de entrevista semi-dirigida e Desenhos de Família com Estórias.
No presente artigo é abordado, em primeiro lugar, o conceito de “família” e a sua representação na sociedade. Nota-se que atualmente é difícil definir esta instituição devido à sua diversidade. Dessa forma, entende-se por família um “grupo de indivíduos que, por nascimento, adoção, casamento ou engajamento explícito, partilha laços pessoais profundos e têm, mutuamente, o direito de receber e o dever de oferecer, na medida do possível, diversas formas de sustentação, especialmente, em caso de necessidade”. No entanto, o modelo reconhecido por nossa sociedade é mais restrito e considera a família organizada a partir de um casamento heterossexual.
Assim, o surgimento da família homoparental traz uma ameaça ao modelo tradicional familiar. A homoparentalidade é a situação na qual ao menos um membro homossexual assume a responsabilidade parental de uma criança.
Com relação à definição de Parentalidade, há várias divergências entre os autores que estudam o tema. Levando em consideração o estudo em questão, pode-se destacar que a função de cuidar da criança está mais relacionada com a personalidade do indivíduo (cuidador) do que ao seu gênero. O que importa no processo de desenvolvimento da criança é a possibilidade desta manter relações saudáveis com seus responsáveis e