Resenha da introdução de Celso Castro ao livro “Evolucionismo Cultural”
Em seu texto de introdução ao livro “Evolucionismo Cultural” – coletânea de textos de três autores clássicos da antropologia (Lewis Henry Morgan, Edward Burnett Tylor e James George Frazer) –, Celso Castro, nos dá, de forma geral, o contexto no qual aqueles autores produziram suas obras. Castro traça as linhas gerais do pensamento e do percurso acadêmico de cada um daqueles autores – que ele chama de “pais fundadores da antropologia” – e a forma como eles se interessaram por temas relacionados à antropologia, como parentesco, a própria definição de cultura, religião, entre outros. Ele frisa, ainda, a influência das obras desses primeiros antropólogos sobre outros pensadores, dentre eles, Marx e Engels. Morgan, por exemplo, teve grande influência nos estudos que resultaram em “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”, de Engels.
Segundo Castro, os textos reunidos no livro, além de sua importância histórica, resumem o que seriam as “ideias gerais dos autores evolucionistas da antropologia”. De início diferencia-se a evolução cultural da evolução biológica, postulado dos estudos de Darwin: enquanto a teoria biológica de Darwin não implicava uma direção ou progresso unilineares, as ideias dos primeiros pensadores da antropologia levavam à disposição de todas as sociedades conhecidas segundo uma única escala evolutiva ascendente, através de vários estágios.
Em decorrência desta visão de que haveria um único caminho evolutivo possível para toda a humanidade, o estudo das sociedades tidas como “mais primitivas” àquela época ganhou enorme importância para a antropologia. Castro ressalta, no entanto, que naquele primeiro momento ainda se tinha uma “antropologia de gabinete”. Os estudos de campo ainda eram raros e os estudos ainda eram muito baseados em relatos de viajantes e missionários que tiveram contatos com tais povos e na comparação dos dados com o que se podia