Resenha Césio 137
Resenha crítica
Césio 137. O brilho da morte, Brasil, 2003, 24 min, Dir. Luiz Eduardo Jorge. 15 anos de medo, pânico e dúvida. Discriminação, segregação e morte de vítimas do acidente radiológico ocorrido em Goiânia, em 1987.
O Césio 137 é um isótopo radioativo resultante da fissão de urânio ou plutônio. O maior acidente já ocorrido com tal elemento foi na cidade de Goiânia, em 13 de setembro de 1987, que foi abordado no documentário “Césio 137, O brilho da morte” . O documentário traz em pauta os efeitos gerados pelo acidente e as negligências ocorridas por parte do estado.
A tragédia foi decorrente de um aparelho de radioterapia abandonado que foi retirado do local pelos catadores de sucata, Roberto dos Santos e Wagner Motta, demonstrando o grande descuido na fiscalização de material radioativo, por parte do hospital e da vigilância sanitária. Devido o desconhecimento por parte dos cidadãos e por ser um material de aspecto brilhoso, atrativo, o Césio 137 foi distribuído pela população curiosa, que manipulou o material indiscriminadamente, passando pelo corpo, ingerindo, causando ,assim, grande contaminação.
O documentário, que foi um dos vencedores do International Uranium Film Festival, retrata a irresponsabilidade e improviso do governo para resolver o acidente, baseando-se em depoimentos das próprias vítimas. Somente após 16 dias da abertura da cápsula é que foi acionada a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnem), logo a população, os profissionais( policiais, bombeiros, garis, médicos,etc) que auxiliaram o acidente ,na interdição do local, isolamento e cuidado das vítimas e dos materiais, não tiveram as condições necessárias para se protegerem.
Assim, o documentário considera como acidente apenas até o momento em que o governo ainda não tinha conhecimento do ocorrido, após o conhecimento trata-se como negligência, uma vez que houve demora para acionar a Cnem , além disso, a mesma não tinha estrutura de