Resenha crítica sobre as janelas da alma
O documentário Janela da alma retrata pessoas com problemas de visão que relatam de que modo essas alterações influenciaram na sua personalidade e em momentos da sua vida. São 19 depoimentos de pessoas de nacionalidades diferentes, com miopia, estrabismo e até mesmo cegas, que se adaptaram à nova realidade, ou que já nasceram com o problema. O elenco narra como os outros sentidos passaram a integrar ainda mais às suas rotinas, assim como os óculos. Discorrem também sobre como a forma de ver é diferente para cada pessoa, sendo assim influenciada pelos sentimentos, pela criação, pelas crenças e uma série de fatores.
A visão é um sentido altamente subjetivo. Seu produto final, a imagem, não é a mesma para todos e não são apenas os problemas visuais que influenciam. Grande exemplo disso é o fato de achar ou não algo bonito. Normalmente as opiniões divergem, pois a bagagem cultural participa dessa definição.
Ao avistar alguém com estrabismo, é comum existir um preconceito, um sentimento de compaixão, pois há uma ideia de que uma pessoa vesga não enxerga bem. Nesta obra, fica notório que alguns dos portadores desta diferença sentem-se inclusive privilegiados por que estão enxergando além do comum. Coisa parecida ocorre com a miopia e suas adaptações. Win Wenders, cineasta participante do longa, conta que já está tão habituado com os óculos que sente falta mesmo usando lentes de contato. A questão da seletividade da visão, do enquadramento da imagem que os óculos proporcionam, sentimento comum entre os usuários deste acessório corretor.
Além de todos estes