Resenha Crítica filme Tão Forte e Tão Perto
Filme surpreendente trata do luto vivido por uma criança
O roteirista Eric Roth (“Forrest Gump” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”) adaptou o livro “Extremamente Alto e Incrivelmente Perto”, escrito por Jonathan Safran Foer -considerado uma das melhores vozes contemporâneas estado unidenses- e manteve tudo que tornou a história memorável. Preocupou-se em mostrar o comportamento dramático e desesperado das personagens no momento de lidar com a dor da perda e a revolta causada por uma tragédia de enormes proporções, como foi o ataque às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001, em que o personagem principal, Oskar Shell (Thomas Horn), perde o pai (Tom Hanks), com quem tinha um relacionamento de enorme cumplicidade. Um ano após a tragédia, o garoto encontra no closet, uma chave anexa a um bilhete. Convencido que foi uma expedição deixada pelo pai, quem sempre o incentivou a solucionar mistérios –muitas vezes inexistentes-, o menino de apenas 11 anos sai pelas ruas de Nova York a procura da fechadura para tal chave.
De um modo extremamente delicado, o diretor Stephen Daldry (“Billy Elliot” e “O Leitor”) mostra a dificuldade da mãe (Sandra Bullock) em se conectar com Oskar, portador da Síndrome de Asperger –um tipo de autismo-. Com a incansável busca, o menino descobre como lidar com a dor da perda e, finalmente, deixa sentir o amor da mãe. O diretor retrata o diferenciado universo de um portador de tal síndrome de maneira rica e comovente. O espectador sente-se imerso e, portanto, desperta emoções genuínas, principalmente ao ver a criança passar por tanta dor e superação.
Daldry apresenta paralelamente outros temas, incrivelmente bem entrelaçados com o gancho central da história, como a personagem de Max Von Sydon, o inquilino da avó de Oskar que acaba por acompanha-lo em sua jornada totalmente em silêncio, uma vez que não fala durante todo o filme. Atuação que rendeu ao ator uma indicação ao Oscar de “melhor ator