Resenha crítica do filme o leitor
É um drama ancorado num romance iniciado basicamente pelo desejo, que, num primeiro momento, é o que une um garoto de aproximadamente 15 anos Michael Berg, e uma mulher bem mais velha, Hanna.
A história se passa em diversos períodos de tempo, o que causa, nas cenas iniciais, certa confusão, porque não está claro que o adulto que observa daquela janela com o olhar perdido é o mesmo que está no trem, adoentado; que desce sem que ninguém se importe com sua condição, sendo socorrido por uma mulher rude, porém solidária, que se importa com aquele menino e procura ajudá-lo.
Após a ajuda de Hanna, o menino volta para casa, mas passa ainda um longo período adoentado, durante o qual pensa repetidamente nela. Tão logo melhora, volta ao mesmo local, movido pela intenção de agradecer-lhe a ajuda, mas muito mais pela curiosidade, e neste momento, surpreendentemente para ele, ela o envolve sexualmente.
A partir daí tem início uma relação instigante, onde ele, interessado apenas no sexo, inicialmente, corre sofregamente após a aula para a casa dela, que por sua vez, descobre um prazer além do sexo, o prazer da leitura.
Para ela, o fato de Michel saber ler, ter acesso a grandes e envolventes romances da literatura, que trazem até ela um mundo completamente diferente, uma realidade onde lhe era permitido sonhar, vivenciar através do conhecimento do outro, lugares, imagens, romances, conflitos, estava à frente d o prazer físico que o garoto lhe proporciona.
Esse encantamento, essa troca dá o tom do filme. Ele sôfrego pelas descobertas, sensações, sexo, como é natural a um adolescente; ela querendo o sonho, o encantamento que as histórias que ele lia lhe proporcionavam, e que dificilmente aconteceriam em sua vida comum. Uma forma de escapar, nem que fosse por pequeno espaço de tempo, da vida dura e opaca