Resenha crítica do documentário estamira
Tomados por imagens importantes de seu mundo, somos convidados a ingressar nesse universo de fantasia repleto de poesia. Estamira com seu mundo do lixão nos invade com palavras, cores e cheiro. A catadora de lixo nos convoca a escutar os horrores da vida, as mazelas do homem, em suas palavras “único condicional”. Narrando suas desgraças, em estado de êxtase e graça ,Estamira fala de nossa impotência e desamparo. Descrevendo seu mundo, Estamira penetra nossas mentes, questiona nossos sentidos, esparrama nossos desejos, nos torna sua própria ferida. De telespectadores de seu drama nos tornamos coadjuvante de sua narrativa fantástica. Este documentário mostra como nossa sociedade é perversa a ponto de excluir indivíduos, vetando sua participação como ser social que têm direitos e deveres, e tem como ideia central a loucura e a miséria. Os indivíduos que não tem a oportunidade de mostrar seus talentos, ou melhor, de vender sua força de trabalho é excluído dessa sociedade, e o documentário mostra muito bem esse processo. Estamira é tida como louca, pela família e médicos, mas conhece a realidade perfeitamente. Apesar de tudo, Estamira se realiza ao indagar a sociedade em que vive mostrando a verdadeira sociedade em que mora, totalmente desumana. O documentário é uma lição para todo ser social, que é alienado pela classe dominante, que só quer comprar dos indivíduos enquanto possibilitados de trabalhar e depois descarta-los como objeto insignificante. A loucura e miséria em que Estamira vive é fruto da questão social e das desigualdades sociais. As políticas públicas implementadas pelo Estado ajuda, não podemos dizer que não ameniza, mas é uma ação conservadora, pois não resolve os problemas sociais e nem todos tem acesso aos benefícios. Pode-se dizer que os personagens