Resenha crítica de v de vingança
726 palavras
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”Testemunhei em primeira mão a força das idéias. Vi gente matar em nome delas e morrer defendendo-as. Mas você não pode beijar uma idéia. Não pode tocá-la ou abraçá-la. Idéias não sangram idéias não sentem dor. Elas não amam. E não é de uma idéia que eu sinto falta – é de um homem.” O filme lançado em 2006 que tem origem em história em quadrinhos da década de 80, mas que não deixa de ser atual inicia-se com estas palavras da jovem Evey e a partir daí podemos notar que não é uma mensagem “simples” que o filme irá nos transmitir. Em uma sociedade transformada em pessoas incapazes de demonstrarem suas insatisfações, de questionarem os acontecimentos, obrigadas a serem totalmente alienadas se desenvolve a trama de V for Vendetta. Após uma guerra civil devastar os Estados Unidos da América, o Chanceler Adam Sutler surge como solução para os problemas da Inglaterra, instaurando um governo ditador “justificado”. Sutler surge como escape dos problemas causados por ele mesmo. Lança o medo e surge como a segurança. Espalha a doença e aparece como a cura. Mata e mostra dá a vida. Destrói os sonhos e se apresenta como a esperança. A manipulação do pensamento e da liberdade é gritante na captação de conversas no interior das casas, na proibição do acesso a arte, no controle alimentar. O medo é a arma principal, espalhado como falsa segurança pela mídia controlada pelo Estado. Mas enquanto a violência for usada no lugar do diálogo, palavras sempre terão o seu poder. Quando a jovem Evey, bem instruída, amante das artes, porém assustada e temerosa é interceptada pelos homens-dedo, funcionários do Estado que fiscalizam a falta de liberdade de ir e vir e tentam estuprá-la, surge V. V é o resultado da frustrada experiência de testes comandados pela indústria farmacêutica dos membros do Partido e futuros governantes do país no campo de readaptação de Larkhill, onde eram levados os excluídos da nova sociedade, o que incluía minorias étnicas, sexuais, imigrantes e ativistas políticos.