Resenha crítica de O beijo no asfalto
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O Beijo no asfalto Uma mescla de realidade da sociedade e sua hipocrisia ao drama isolado de cada um, Nelson Rodrigues quis mostrar em O beijo no asfalto este lado, além da análise freudiana no comportamento de cada elemento. Esta obra relata as histórias comuns da sociedade, com amigos, esposa e trabalho. Porém um acidente anunciou uma mudança trágica: Arandir socorre uma vítima de acidente e o último sussurrar vem embalado com um pedido: um beijo. A partir daí, Arandir teve sua vida transformada. Além de ter sido considerado pelas testemunhas, como homossexual após ter concedido o pedido do acidentado, virou motivo de chacota com a ajuda de artigos em jornais e comentários de pessoas mais próximas. Os amigos se afastaram e a relação com a esposa desandou, de tanto discutir com Selminha, resolve sair de casa, passando a viver em uma pensão. Tudo isso fez com que Arandir experimenta-se uma sensação indescritível, sabendo que é vítima de um julgamento feito somente por uma atitude impensada de sua parte e que ele mesmo é inocente das acusações. Porém, seu sogro o visita e revela que está ainda mais decepcionado com o genro, por que se casou com Selminha e beijou outro homem, um desconhecido, aumentando ainda mais os ciúmes que Aprígio sente por Arandir. O beijo foi a gota d’água, após ter revelado que era apaixonado pelo genro, com dois tiros tira-lhe a vida, arrependendo-se instantaneamente. Um drama que revela as inversões de valores da sociedade que descarrega frustrações do nosso cotidiano em terreno alheio, escrito por alguém que é referência na dramaturgia brasileira.