Resenha crítica - cama de cimento

2176 palavras 9 páginas
ALUNA: BIANCA DOS SANTOS ZAMORA

CAMA DE CIMENTO – RESENHA CRÍTICA

“Tão próximos e tão visíveis – mas ao mesmo tempo, tão distantes e tão invisíveis”, é com tal asserção que Gilberto Dimenstein instaura o livro Cama de Cimento. Proferindo sobre a obra de Tomás Chiaverini, Dimenstein explica o objetivo do autor: “Tomás Chiaverini não se propôs, neste livro, a fazer teses ou dissertações acadêmicas. Não buscou explicações nem, muito menos, soluções” (DIMENSTEIN, Gilberto)
Trata-se de uma obra publicada em 2007. Possuidora de grandes exemplos reais, obtidos pelo autor pessoalmente nas ruas da grande São Paulo em meados de 2005. Sim, possuidora de exemplos reais. É nessa constatação que muitos se assustam. Tomás Chiaverini, nascido no ano de 1981, um jovem jornalista utopista, percorre as ruas da voluptuosa São Paulo, vestido de mendigo, ou melhor, disfarçado de mendigo, para poder escrever com fé seu exemplar. Ele não se contentou em escrever o que já sabia, ele precisava atravessar as fronteiras do preconceito e se tornar um deles, abdicando de seus prazeres costumeiros, para conhecer a realidade daqueles que vivem em vão, perambulando, muitos sem perspectivas, sem norte. Refutou a boa comida, para passar fome, abandonou seu palácio real, para dormir nas camas de cimentos, nos albergues, para viver vagando disfarçadamente em busca de respostas das quais ele desconhecia. Escrita em primeira pessoa, Tomás colhe relatos de quem vive nas ruas por “obrigação” e por opção.
O literato começa a obra articulando sobre a correria do dia a dia. Estar ali significa estar invisível na visão de Tomás. Todos passam correndo e com pressa e não percebem a existência dos medicantes, ou preferem ignorá-los. Trata-se da Praça da Sé como um cenário, com atrações centrais, que são estes os empregados, os desempregados, os curiosos, os vendedores, as ciganas, os moradores de rua. Trata-se de uma grande festa, bem ali em frente à catedral.
No estender do livro Tomás conta que

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