Resenha Crítica Batismo de Sangue
BETTO, Frei. Batismo de Sangue: Guerrilha e morte de Carlos Marighella. 14ª. ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
O livro Batismo de Sangue, escrito por Carlos Alberto Libâneo Christo, mais conhecido como Frei Betto, publicado originalmente em 1982, retrata uma época de extrema tortura no Brasil: a ditadura militar. O autor busca relatar os acontecimentos dessa época, por ele vivido, incluindo a morte de Carlos Marighella, o inimigo número um da ditadura militar. Além disso, o livro mostra o modo com que os freis dominicanos se envolveram em prol do fim da ditadura no Brasil, a forma que foram perseguidos e torturados pelas autoridades, culminando no enlouquecimento e suicídio de Frei Tito, um dos companheiros do autor na época.
O livro é dividido em 06 capítulos, com foco narrativo em terceira pessoa, sendo finalizado com Anexos, Fontes e Obras do Autor, totalizando 441 páginas.
Batismo de Sangue: Guerrilha e morte de Carlos Marighella, descreve a repressão de maneira, algumas vezes, lírica, desmistificando as notícias veiculadas no período ditatorial de forma literária, além de relatar as dores sofridas, podendo ser considerado uma compilação de relatos históricos e sociais tanto da vida de Marighella como a do próprio autor e dos demais padres dominicanos.
“[...] apesar da peruca que usava, o comandante da ALN foi reconhecido pelos policiais antes de aproximar-se do carro. O tiroteio teve início, enquanto policiais abriam a porta do Volks e retiravam bruscamente os religiosos, pelo lado esquerdo. Ivo foi mordido nas nádegas pelo cão do DEOPS. Deitados na calçada, os dois ficaram com o rosto virado para o chão. Não viram Carlos Marighella tombar morto do outro lado da rua. Apenas ouviram o tiroteio intermitente, que não deve ter durado mais de três ou quatro minutos. [...]” BETTO (2006, p. 265).
O envolvimento e a luta dos frades