RESENHA CRITICA O que é cidade, de Raquel Rolnik.
A cidade nasce do sedentarismo humano, suas necessidades sociais e políticas e sua organização e simbologias. Ela nasce como uma relação do homem e a natureza, interferindo nessa relação e criando coletivamente analogias a própria natureza além de estabelecer através de suas formas e mudanças a linha que conta a própria história.
As cidades modernas, diferentemente das cidades antigas não tem muralhas físicas. Elas fazem parte do conceito de infinidade para o qual o ser humano evoluiu onde se buscam expansão e capacidade cada vez maior de circulação de pessoas e serviços. A cidade moderna não é fechada em si mesmo. Ao menos não fisicamente.
Definindo a cidade
A autora define cidade como um ima, uma força magnética que atrai pessoas em torno de um objetivo comum seja ele ideológico ou religioso. Nas cidades antigas a primeira forma de gestão social é a monarquia, é da monarquia o dever de proteger os cidadãos e conquistar territórios e desta função derivam benefícios. Esses benéficos derivados da gestão do excedente, segundo a autora, são de forma efetiva a primeira relação política. A evolução das cidades e derivante das necessidades daqueles que a compõe. Como, por exemplo, plantar seus próprios alimentos obrigou o homem a estabelecer regras de organização como delimitação de propriedades. A construção de casas determinou a padronização de materiais. A construção da cidade então, está inteiramente ligada ao excedente na produção. Ela permite que a produção agrícola gere um excedente e o homem passa a ser consumidor desse excedente que também possibilita a existência da cidade. Esta existência deve ser organizada, para satisfazer as necessidades do homem e gerir os processos pelos quais a produção será otimizada, além disso, a construção física da cidade gera um processo coletivo que deve ser administrado. A construção das cidades está ligada historicamente a criação da escrita, as duas coisas são análogas enquanto deixam uma