resenha critica " A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
E é assim que temos o livro de Markus Zusak, um amontoado de palavras que te seguram como algemas e resistem a lhe soltar, mesmo quando a leitura acaba. O autor conta sobre Liesel Meminger, nascida pouco antes da Segunda Guerra Mundial, e que passará por tempos conturbados durante sua vida. Tudo começa com um trem…
Eu diria em nota pessoal que os trens estão sempre presentes quando pensamos em guerras passadas na Europa. Lembramos das cenas dos filmes que vimos, com trens cheios de soldados sendo levados a campos de batalha. Lembramos dos nazistas levando judeus a campos de concentração. Lembramos do som da máquina e da neve… sentimos frio. É nesse clima bucólico em meio ao desespero que começa a história de Liesel. Que há poucos momentos olhou às pupilas mortas do irmão e às pupilas vazias de sua mãe.
Zusak, ou a Morte, no caso do livro, usa o poder das palavras. Lendo “A Menina que Roubava Livros” você passará a dar mais importância às palavras. Definitivamente. Assim como a menina, que começa sua vida de ladra ainda muito criança, após o enterro do irmão, quando o primeiro livro “pede” para que ela o leve. Ela se sente embriagada pelas palavras, necessitada. Na verdade, na época ela ainda não sabia ler. Mas mesmo assim, ela sente a cleptomania súbita a invadir, que a faz retirar aquele livrinho da neve. Que a fez escondê-lo. E que a fez uma amante de palavras…
A menina está, no momento em que o