Resenha critica sobre o filme " o som do coração "
Diretora: Kirsten Sheridan
Roteirista: Nick Castle
Distribuidor brasileiro: Europa Filmes
Um casal se encontra e, deste romance fortuito de apenas uma noite, nasce um menino. Separado dos pais, ele cresce em um orfanato, sonhando em conhecê-los. Para isso, o garoto faz uso de seu excepcional talento musical. Essa premissa é o ponto de partida para uma jornada ao mundo das emoções. Cardíacos e manteigas-moles devem tomar cuidado ao assistir a “O som do coração”, pois trata-se de um longa-metragem lacrimejante do mais alto nível.
O roteiro foi cuidadosamente pensado para embargar vozes e encharcar lenços. A montanha-russa emocional mexe com o público porque toca em diversas áreas sensíveis do coração humano: fala de amores abalados, da necessidade do carinho paterno, da busca das raízes, do valor da amizade, da importância da família, do peso do reconhecimento e da realização de sonhos. Precisa mais?
O desempenho de Freddie Highmore, como o menino prodígio, encabeça um desfile de performances tocantes e angustiadas, como a de Keri Russell, no papel de sua mãe, e Jonathan Rhys Meyers, como o pai. Robin Williams não impressiona como o tutor que explora o jovem músico, mas cumpre razoavelmente bem sua tarefa.
Por um lado, “O som do coração” é fictício demais e cria um cenário ideal que na vida real raramente ocorreria. Mas para os sentimentais e quem gosta de sair do cinema com aquele sorrisinho bobo no rosto e olhos marejados, não há nada melhor. Nesse sentido, é um filmão.
Também podemos tirar lições morais valiosas de ”O som do coração”. Um exemplo é toda a dor e o sofrimento por que passam os personagens devido a uma gravidez imprevista, fruto de uma noite de prazer desfrutada por um casal despreparado e inconsequente. Sem uma estrutura sólida para criar uma criança, a família (?) se vê desfeita e passa doze anos de sofrimentos. Ah, se tudo tivesse sido feito como o sábio Deus orienta, no contexto de uma união oficial, nada daquilo