RESENHA CRITICA SOBRE O FILME CAPOTE
Curso de Comunicação Social – Jornalismo 3° semestre.
Resenha Crítica do filme “Capote”.
Um livro escrito a sangue frio.
A história de um best-seller, “A sangue Frio”. A história de um dos mais famosos e intrigantes escritores norte americanos do século passado, Truman Capote. A história de um novo gênero, o Jornalismo Literário. É curioso como o filme “Capote”, de Bennett Miller, consegue contar ao mesmo tempo tantas histórias. Aqui, o assassinato da família Clutter, que abalou uma pequena cidade no Kansas em 1959, serve apenas de pano de fundo.
Philip Seymour Hoffman reencarna um escritor, nascido em New Orleans. A voz infantil, o jeito extravagante de se vestir e os modos afetados de Capote são bem captados. Na pele de Capote, Hoffman vive o dia-a-dia de um escritor obcecado por fazer algo novo, algo que revolucionasse a escrita jornalística e literária.
O filme revela como Capote usa sua sensibilidade e inteligência para tirar de si e da comunidade de Holcomb, o que precisa para ser bem sucedido em sua empreitada. Debaixo dos olhares atentos e críticos da sempre amiga e também escritora Nelle Harper Lee (Catherine Keener) e de seu companheiro, Jack Dunphy (Bruce Greenwood), Truman por muitas vezes parece agir também a sangue frio, racionalizando seus atos como um assassino em busca do crime perfeito, encenando os papéis que forem necessários e mentindo aqui e ali para conseguir o que precisa.
Como o próprio multifacetado Capote, o diretor do longa também usa artifícios para manipular os espectadores. Se a música às vezes comove e enternece, o silêncio parece trazer dúvida, uma sensação de vazio e frieza. Elementos que ressaltam o comportamento de Truman; um homem extremamente egoísta e apaixonado por si próprio, mas que consegue perceber e até demonstrar solidariedade à dor alheia, seja movido por interesse ou não.
Nos campos vazios e solitários do Kansas onde Truman estuda a mente de dois assassinos, e talvez a sua própria. Pois