Resenha: Ciência Política: Teoria e Método – Maurice Duverger

Não é possível estabelecer uma definição precisa de ciência política, definições só são claras nas ditas “ciências exatas” pois elas criam seu próprio objeto de pesquisa, ou seja, fazem uma síntese de algo que já existe. A ciência política esta em processo de amadurecimento, por isso é mais fácil estabelecer conceitos sobre o que é, do que criar uma definição. Podemos abordar dois caminhos para entender o conceito de ciência política: tomando-a como parte integrante das ciências sociais ou fragmentando-a por sua história. Os autores costumam relacionar a ciência política ao poder e ao estado ou ainda, algo entre as duas coisas. Tomando-a como ciência do poder, é necessário estabelecer a diferença entre governantes e governados, segundo Léon Derguit, em outras palavras é preciso separar quem manda de quem obedece. Tendo em vista a relação de poder e ciência política é possível chama-la, também, da ciência dos governantes. Porém, essa definição não esta totalmente certa, até porque na democracia todos são, ao mesmo tempo, governantes e governados. Logo essa definição de Durguit pode nos ajudar a compreender o que é ciência política, mas nos restringe à um conhecimento intermediário sobre o assunto. É sabido que para entender a “ciência do poder” é necessário conceituar poder. Assim podemos associar esse fenômeno como algo biológico ou um elemento proveniente da coação. Podemos observar o comportamento dos animais e encontrar relações de autoridade próximos aos vistos nas sociedades humanas, como a existência de uma hierarquia. Tomando o poder como parte da coação, podemos dividi-lo: em coação física, quando alguém ou um grupo se impõem aos demais através da força bruta; coação econômica, quando um grupo obtém soberania financeira, este encontrasse com o poder sobre os demais; coação “cultural”, um individuo ao nascer já se vê obrigado a adaptar a valores pré-estabelecidos, como o exemplo citado no texto de Duverger (“Ciência Política: Teoria e Método”,