Resenha cidadania no brasil o longo caminho carvalho, josé murilo de
“Cidadania virou gente” (p.7)
José Murilo de Carvalho nos remete a uma reflexão sobre o que seria a cidadania, tão propagada, nos dias de hoje. Faz pensar que direitos são esses, que nos tornam cidadãos. E através de dados históricos, sobre o surgimento dos direitos civis, no século XVIII, dos direitos políticos, no XIX, e os sociais no XX , no âmbito da Inglaterra, traça um paralelo contextualizando com a diferença do surgimento de tais direitos no Brasil, que não tiveram a mesma ordem, sendo iniciados, pelo sentido contrário do exemplo Inglês. Traz ainda uma ressalva importante, sobre a questão da educação, que é definida como direito social, mas tem sido historicamente um pré-requisito para a expansão dos outros direitos. Onde a cidadania se deu com maior rapidez, a educação popular esteve presente.
O autor nos convida a um mergulho, pelas incertezas e problemáticas da sociedade brasileira, e afirma que tal atitude, já é em si uma forma de exercer nossa própria cidadania.
É interessante observar, que a proposta do trabalho, é uma análise da história do Brasil, porém pelo viés do conceito de cidadania.
Primeiros passos (1822-1930)
Em seu primeiro tópico trata da colônia, e remete sua abordagem a ausência de cidadãos nessa sociedade.
“Não se pode dizer que os senhores fossem cidadãos. Eram, sem dúvida, livres, votavam e eram votados nas eleições municipais. Eram os "homens bons" do período colonial. Faltava-lhes, no entanto, o próprio sentido da cidadania, a noção da igualdade de todos perante a lei. (...) absorviam parte das funções do Estado, sobretudo as funções judiciárias. Em suas mãos, a justiça, que, como vimos, é a principal garantia dos direitos civis, tornava-se simples instrumento do poder pessoal. O poder do governo terminava na porteira das grandes fazendas.” (p. 21).
“A consequência de