Resenha Casa grande & e Sensala
Antes de falar das diferenças nas constituições físicas dos escravos importados pelo Brasil em relação aos índios Freyre aponta também para a possibilidade de ter sido o negro o maior e mais plástico colaborador do branco na obra de colonização agrária por sua facilidade em ter se adaptado ao clima. Por ser um colaborador do branco na colonização foi dada a ele também a missão de civilizar de forma europizante – propagar a língua portuguesa e a religião católica – os indígenas. Com mais essa evidência descrita por Freyre então fica caracterizado a posição do autor sobre a superioridade do negro em relação ao índio. Expondo ainda sua tendência em defender a superioridade do negro em relação ao individuo, Freyre argumenta essa posição a partir da idéia de que a cultura e o peso de um homem varia consideravelmente conforme a dieta de região para região como de classe para classe. Assim, como propõem Freyre, deve se relacionar o crescimento maior de indivíduos de classe mais alta do que os indivíduos de classe inferior, uma vez que, como atribui os pesquisadores de sua época, esses indivíduos se alimentam de produtos ricos em “vitaminas de crescimento”. A partir dessa idéia inicial, Freyre aponta para a possibilidade de se atribuir parte da superioridade da eficiência econômica e eugênica ao regime alimentar mais equilibrado e rico que o dos outros povos, que fora conservada no Brasil por muito tempo ao ponto de se tornarem “dominadores” na cozinha. Fundamentado nas teorias cientificas de sua época o autor sugere que a influência do clima é decisiva na diferença de caráter racial entre asiáticos e europeus, latinos e anglo-saxões. Por assim dizer, conclui Freyre que há sempre uma maior adaptação por parte dos morenos que dos louros e albinos aos climas quentes. Após expor as teorias sobre a superioridade do negro em relação aos brancos quando se trata da adaptação do clima, Freyre afirme que dessas teorias o que se sabe é quase nada.