RESENHA Carta de Medicalização da Vida
Hoje em dia nos deparamos com inúmeros diagnósticos precoces, relacionados a crianças e adolescentes, às vezes pode ser uma questão individual, um comportamento próprio do individuo, acaba sendo rotulado como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Isso faz com que as crianças e os adolescentes desde novos ficam em poder da indústria farmacêutica. Para se considerar um diagnostico preciso, requer um estudo de cada caso, formula questões, dados relevantes sobre a subjetividade e trajetória da criança ou adolescente, a partir desses dados levantados junto com uma equipe multidisciplinar, para assim pode dar um diagnostico preciso e relevante. Ao invés de rotular crianças e adolescentes, devemos conhecer sua historia, as queixas que são apresentadas, os comportamentos que ele vem desenvolvendo, histórico familiar, é questão de uma analise profunda de cada caso, cada situação. A medicalização tende a acalmar conflitos tanto de instituições e das próprias famílias, isentando as famílias e as instituições de responsabilidades e lançando o problema na própria criança ou adolescente, ficando isentos de qualquer problema e conflito. Vejo que com diagnostico precoce, busca com os resultados da medicalização o bem estar e a qualidade de vida das famílias e das instituições, tentando ‘eliminar’ o problema de vista, buscando soluções imediatas.
No ambulatório, por sua vez, a procura pelo profissional da Psicologia era realizada pelo paciente, tendo sido encaminhado por médicos do próprio ambulatório, ou durante uma internação ou ainda espontaneamente. Foi nessa multiplicidade de contextos que levantamos algumas questões iniciais, que buscamos dividir, na tentativa de elucidá-las a partir do referencial psicanalítico. Citaremos alguns fragmentos clínicos colhidos no percurso de nossa experiência hospitalar, para ilustrar e discutir as afirmações teóricas deste artigo. Cabe