Resenha capitães d'areia
O livro conta a história dos Capitães, centenas de meninos de rua que moram em um trapiche escondido em uma praia de Salvador. Sob a liderança de Pedro Bala, furtam, armam, fazem pequenos serviços e se viram como podem para sobreviver.
Logo no início tomamos conhecimento da situação que vive a cidade (em relação aos meninos de rua) através de cartas enviadas a um jornal. As tensões em torno das atividades dos Capitães é evidente, assim como a falta de soluções.
Mas os meninos são espertos, arredios, acostumados ao dia a dia das ruas e sempre levam a melhor em confrontos com a polícia e até mesmo com o diretor do reformatório. A necessidade de sobrevivência os fez assim e o amor pela liberdade os mantêm desse jeito.
Com capítulos curtos – distribuídos em três partes -, Amado nos apresenta alguns dos membros mais notáveis do grupo. Através de pequenos fragmentos vamos conhecendo melhor seu dia a dia e suas histórias.
Como esta claramente não é uma resenha típica, vou manter esta ideia e falar um pouquinho de alguns personagens que compõem a história. Cada um deles têm capítulos exclusivos.
Pedro Bala é o chefe respeitado e querido por todos. Depois que descobre quem é seu pai passa a pensar um pouco mais no futuro e suas possibilidades. Já Professor é um desenhista talentoso e um dos poucos (se não o único) letrado do grupo. Adora ler (o que faz à luz de velas) e é muito amigo de Bala. O rumo de sua história vai dar voz aos meninos de rua.
Volta Seca é afilhado de Lampião e detesta qualquer figura de autoridade. Seu sonho é encontrar o padrinho e entrar para seu bando. Enquanto Gato é um malandro trapaceiro que se acerta com uma prostituta mais velha, Dalva, com quem namora durante anos.
Pirulito, cheio de fé e cristão, um dos poucos que escuta o padre José Pedro