Resenha: aristocratas versus burgueses? a revolução francesa.
O livro “Aristocratas versus Burgueses? A Revolução Francesa” da Editora Ática, Série Princípios, escrita por T.C.W. Blanning trata da Revolução Francesa com outros olhos, uma vez que se baseia em pesquisadores que fazem uma releitura da Revolução, elencando princípios básicos considerados pela historiografia marxista. No decorrer de suas páginas o livro desconstrói elementos que se tinham como fechados, colocando-os numa situação de questionamento, lhes dando o critério da dúvida. Os principais critérios avaliados e discutidos giram em torno, principalmente, da questão atribuída pelos marxistas de que a Revolução Francesa tenha se baseado na luta de classes entre burgueses X nobres. No decorrer do texto, lança-se várias causas que contestam essa afirmativa que tanto se tornou tradicional. O livro é dividido em seis capítulos. O primeiro o autor dedica para uma breve introdução acerca do que abordara em seu livro. No segundo ele parte para a discussão do Antigo Regime, as origens da Revolução Francesa. No terceiro, ele aborda a Revolução em si, o seu impacto na sociedade, o desenrolar dos acontecimentos com seus respectivos questionamentos. No quarto, o autor dedica-se para mais uma discussão acerca da inserção da revolução camponesa como parte da revolução francesa, apresentando, de forma geral, o pós revolução francesa. O quinto capítulo é dedicado a apresentação da bibliografia comentada no livro e o sexto o índice. Num primeiro momento, logo na sua introdução, o autor se apresenta como um revisionista da posição marxista, adotando uma postura de questionamento da mesma. O autor questiona a questão da Revolução através da luta de classes (nobreza X burguesia) desenvolvendo discussões que contestem essa teoria: a questão do crescimento capitalista como fonte apenas da burguesia; a homogeneidade das classes; a combinação das crises políticas e econômicas.