Resenha Apologia Ao Opressor
Opressor
Um livro contado às avessas prova que muito mais do que pontos de vista, a história é também resultado de ideias e contextos políticos e sociais.
O novo livro do jornalista Leandro Narloch já saiu há um ano atrás no Brasil, mas só agora entra no mercado editorial português e aparece com edição produzida para tocar diretamente o público lusitano. O resultado é que não foi dos melhores, se levarmos em conta as vendas. Não chegou a entrar em nenhuma lista dos mais vendidos e provavelmente nunca entrará aqui em Portugal. O motivo é simples: agrada somente aos fãs de história e que tenham um conhecimento aprofundado do Brasil.
Claro que não é fácil emplacar um livro de história, voltado para o consumo especializado, em um sucesso de vendas. Mas o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil cumpriu bem a cartilha iniciada pelo também jornalista Eduardo Bueno (Capitães do Brasil) e alcançou os topos das livrarias brasileiras. Uma linguagem entre o académico e o jornalismo tira muito do peso que este tipo de livro carrega, sem levar em conta o conteúdo explosivo do seu material: o livro promete uma releitura da História do Brasil, dando crédito àqueles que nunca tiveram e retirandoo a outros tantos nomes.
Como traz estampado na própria capa, esta é uma história que não pode ser contada sem falar de Portugal, mas para ser mais exato, esse país só preenche dois capítulos do livro: o que trata da colonização indígena e o da proclamação da independência. Fora isso, Portugal aparece com citações pontuais.
São inúmeras histórias que procuram dar conta de um período de mais 500 anos, com factos anedóticos e outros mais sérios. Claro que todo o conteúdo do livro está devidamente referenciado em outras obras e trabalhos académicos, muitos dos quais de produção bastante recente que demorarão ainda algum tempo até entrarem nos livros escolares. Exemplos são as interações entre índios e brancos, que provam que os índios