Resenha: administração urbana no capitalismo tardio
transformação da administração urbana no capitalismo tardio.
Geografiska Annaler 71B, 1989, 1. 3-17p. Tradução: Luís Octávio da Silva e
Micaela Krumholz. Revisão: Yvonne Mautner.
Resumo:
O autor inicia seu texto nos situando em seu trabalho enquanto
pesquisador do papel da cidade, ou melhor, da urbanização, no contexto
de transformações sociais, sobretudo ocorridas sob influência do
capitalismo. Segundo Harvey, o capitalismo em si produz uma paisagem e
uma geografia histórica próprias, concebidas sob a lógica da dinâmica e da
acumulação do capital. Sua preocupação primeira é, pois, diagnosticar em
que medida o processo de criação da cidade é afetado, do ponto de vista
social, pelo protagonismo do capitalismo moderno.
Embora este tema não receba, academicamente, o rigor de ser
analisado conjuntamente (urbanização X estudo da mudança social) tanto
quanto deveria, sua natureza debatedora vem produzindo discussões e
pesquisas que objetivam situar o processo urbano na reestruturação do
espaço geográfico, no cotidiano social e seu desenvolvimento, por vezes
desigual, como acontece nas relações sociais capitalistas.
Ao citar o Colóquio de Orleans, realizado nesta cidade em 1985, o
autor destaca o consenso alcançado entre acadêmicos, empresários e
políticos no que diz respeito à necessidade de os governos urbanos serem
flexíveis e dispostos a lançarem mão de meios inovadores e abertos para
mitigar a miséria e desigualdade crescentes das populações dos países de
capitalismo avançado. A grande questão seria como agir nesse sentido.
Para Harvey, houve uma migração na forma de agir com o passar
das décadas da segunda metade do século XX. Enquanto que nos anos
sessenta a tônica era o gerenciamento, nas duas