Representações do tempo da idade media
Produção textual interdisciplinar individual
Local: Contagem/MG
Data: 18/10/2012
INTRODUÇÃO:
Leandro Duarte Rust, em seu artigo “Jacques Le Goff e as Representações do Tempo na Idade Média”, reflete sobre um importante elemento constituinte da produção de um dos mais influentes e divulgados medievalistas do século XX e de conhecidas abordagens referentes à constituição histórica do Ocidente. Ele cria um esboço de revisão historiográfica seguida de um estudo de caso apoiado em fontes documentais do período medieval. Na primeira metade do século XX as temporalidades medievais eram consideradas parte da Filosofia ou Psicologia, mais do que da área da História. E Jacques Le Goff foi um dos que mais se empenhou por mudar esta situação. Ele demonstrou que, como realidade vivida, o decurso temporal não é algo natural aos homens, como se lidássemos com um elemento objetivo e invariável ao longo das sociedades. Mas sim que tratamos com um produto de interações sociais, selado por heranças e dinâmicas culturais. Le Goff, em um artigo publicado em 1960, intitulado “Na Idade Média: tempo da igreja e tempo do mercador”, buscou demonstrar que, durante o período medieval, duas concepções de tempo digladiavam-se: de um lado, o tempo sacramental concebido por teólogos e filósofos cristãos – o tempo da igreja – e, do outro, o tempo pragmático manipulado pelos mercadores – o tempo do mercador.
O “tempo da Igreja” era sinônimo de um tempo histórico orientado por e para Deus. Já o mercador – de acordo com Le Goff – vivenciava o tempo de maneira oposta, considerando-o um artefato profano. Um tempo sagrado versus um tempo profano.
Rust ressalta em seu artigo, que devemos ser receptivos à percepção de espaços intermediários, de ambivalências. Pois muitas vezes vamos nos