Representações sobre o tempo na Idade Média
Maria Umbelina Meira1
Introdução
Levando em consideração que a vida humana é tecida com fios do tempo e que este é característico das relações com o mundo e com o outro que se davam de forma individual e coletiva nas sociedades em determinadas épocas; Leandro Duarte Rust (2008, p.2) acreditava que o decurso temporal além de “ser produto de interações sociais, selado por heranças e dinâmicas culturais, disposto a partir de formas de sociabilidade e intervenções coercitivas, de ambições de controle e de poder” era plural em suas representações, devido a diferentes tipos de segmentos sociais. Sendo assim, tem-se por objetivo primordial neste texto abordar as representações e concepções de tempo na Idade Média para Leandro Rust fazendo menções ao capítulo do livro de Boulos, escolhido para análise e avaliação dos conteúdos trabalhados no capítulo que abrange a história medieval. Por fim, buscarei fazer uma intervenção, destacando a importância das disciplinas, de modo que sirva de motivação para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem no Ensino Fundamental.
Desenvolvimento
Na Idade Média o tempo era concebido como tempo sagrado e agrário. Já na modernidade, o mesmo era visto como tempo profano e urbano. O primeiro era “carregado de densidade teológica e moral, disposto como maneira de ser das criaturas”, o segundo era “estimado como valor utilitário e vetor tecnológico” (RUST, 2008, p. 4).
No tempo sagrado, ou seja, o tempo da igreja, orientado por e para Deus; o clérigo medieval ao mesmo tempo em que se voltava ao tempo como obra divina, também o via como promotor da exaustão carnal que lançava o mal e disseminava o pecado. Ao vislumbrá-lo desta forma, o clérigo buscava exorcizá-lo pela penitência, pela abstinência de alimentos e pelo amor espiritual.
Diferentemente do tempo sagrado, no tempo profano o mercador – aquele que avaliava os ganhos e estimava a produção – convertia o tempo em lucros. Ao se