Reportagem Valor Econômico
Economia estagnada, aumento da taxa de juros, ameaça de inflação, Pibinho, disparada do dólar. Os percalços que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos certamente não eram esperados por multinacionais, empresários e executivos que viam o país como alternativa para a crise que atingiu mais fortemente os Estados Unidos e a Europa. As metas agressivas estabelecidas por aqui, quando o Brasil despontava como uma força emergente, ficaram difíceis de serem batidas.
Nesse cenário, a pressão por resultado aumentou de forma ainda mais drástica a dança das cadeiras no alto escalão, que começou pelos presidentes das empresas, em seguida atingiu os diretores financeiros e, agora, chega aos líderes do departamento comercial.
"É uma reação natural das grandes corporações. Muitas estão fazendo ajustes nessa área e procuram profissionais com um perfil diferente, que possam se adaptar rapidamente à nova estratégia. Enquanto isso, outras precisam encontrar substitutos para os executivos que são 'roubados' pela concorrência ou por outros setores", afirma Arthur Vasconcellos, sócio da empresa de recrutamento CTPartners.
Denys Monteiro, que recentemente assumiu o posto de CEO da empresa de recrutamento Fesa, ressalta que muita gente também está sendo trocada por não ter entregado o prometido aos acionistas. "Conheço um executivo de vendas que estava otimista, prevendo crescimento de 14%, e conseguiu apenas 8%. Fica difícil explicar para a matriz que você comprometeu o custo, mas não gerou a receita", exemplifica.
Diante disso, segundo Vasconcellos, não adianta culpar o mercado e os fatores externos. É preciso buscar alternativas e vender mesmo quando o momento é de turbulência. "Nessas horas o profissional é exigido de verdade e são poucos os que conseguem se sair bem", afirma.
De acordo com o especialista, a demanda é por alguém que "resolva o problema comercial" rapidamente, pois a paciência dos clientes atualmente é