Reportagem - Juventude e Religião

A juventude busca liberdade de crença
Samuel Werneck (Jornalismo - 3º período)
Letícia Casemiro ( Jornalismo - 3º período)

Por muitos anos vigorou-se o dito “religião não se discute”. Mas o que parece é que a juventude está disposta a ignorar velhos ditados, como este, e enfrentar as antigas imposições religiosas, discutindo o assunto. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, em 2005, o tema religião está em terceiro lugar no ranking de assuntos que os jovens mais gostariam de discutir com seus pais ou responsáveis.
O interesse dos jovens em discutir religião está diretamente ligado ao surgimento de novas religiões, muitas delas voltadas exclusivamente para o público jovem. Líderes religiosos veem nos jovens um potencial para manter suas estruturas. Apesar disso, a adesão dos jovens às religiões não se difere muito dos outros seguimentos da população. Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE de 2010, a grande maioria da população jovem (de 15 a 29 anos) se diz católica (63%), seguido por evangélicos e protestantes (22%). Grupos religiosos como espiritismo, umbanda, candomblé e outros, agregam juntos, 4% da população jovem brasileira. Ainda segundo o IBGE, os jovens que se dizem ateus ou agnósticos, somam menos de 2% do total.
Para o especialista em Adolescência e Juventude, Joaquim Alberto, a religião faz parte da cultura, geralmente aprendida com os pais e avós. Porém, segundo o especialista, esta realidade está mudando. “A juventude vive um tempo de descobertas, de conhecer o novo. No contexto pós-moderno, podemos afirmar que a juventude tem muito mais liberdade para escolher a sua religião ou religiões, a partir da busca e conhecimento da novidade”, explica Joaquim.
O artigo 5 da Constituição Federal de 1988, no inciso VI diz que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. Reflexo da miscigenação cultural e dos processos imigratórios,