Repensando o espaço do homem
Vivemos na era da globalização, do acelerado crescimento científico e tecnológico, da universalização da sociedade, do capital virtual, de uma demanda por bens de consumo proporcional ao crescimento populacional e ao acúmulo de riquezas e bens materiais. Vivemos as regras ditadas por um sistema que visa à obtenção de lucros em detrimento da exploração dos recursos naturais e da alienação (forma de expropriação) do homem, do qual o separa não só dos meios de produção e do fruto do seu trabalho, mas que mexem nos seus referenciais impondo valores e costumes conforme os seus interesses, utilizando-se para isso de um conjunto sistemático de idéias que distorce, camufla, oculta a realidade – ideologia do consumo – mediatizado pelo comércio e que produz adesão, com o objetivo simplesmente de alienar, fazendo com que o ser humano não se reconheça no que é, no que faz, enfim retirando dele a sua condição humana, a sua liberdade de ser, a sua essência, aquilo que o caracteriza, que o identifica, que é próprio do seu ser. E ele não possuindo uma ideologia própria e positiva não consegue enxergar a realidade e consequentemente as suas potencialidades enquanto ser construtor de sua própria história e do seu espaço. Essa ideologia, que precede o modo de produção, mundializa o econômico, alienando não só o homem, como também o próprio espaço do homem. Essa é segundo Milton Santos (1997, p.15) “uma forma de universalização que altera as dimensões geográficas da atividade humana, tornando o mundo como um espaço global do capital, agravando as disparidades tecnológicas e organizacionais entre lugares e acelerando o processo de concentração econômica e geográfica.” O espaço torna-se então mercadoria universal. Trata-se de uma fase inteiramente nova da humanidade denominada por Milton Santos (1997, p.11) como “Período Tecnológico” que tem como grande veículo de afirmação histórico, segundo Ele, as empresas transnacionais,