Renda da Terra - Ricardo
- Renda da terra para Ricardo era definida como "a parte do produto da terra que é paga ao seu proprietário pelo uso dos poderes originais e indestrutíveis do solo".
- Sua teoria de determinação da renda da terra baseava-se em duas hipóteses: a primeira era de que a terra era diferente, em sua fertilidade, e que todas as terras podiam ser ordenadas a partir da mais fértil para a menos fértil; a segunda era a de que a concorrência sempre igualava a taxa de lucro dos fazendeiros capitalistas que arrendassem terra dos proprietários.
"(. . . ) é só porque a terra não existe em quantidade ilimitada e a sua qualidade não é uniforme e porque, com o aumento da população, se cultiva a terra de qualidade inferior ou pior situada que se paga pela sua utilização.
Quando as terras de segunda qualidade passam a ser cultivadas devido ao crescimento populacional, a renda surge imediatamente nas de primeira qualidade e o montante dessa renda dependerá da diferença de qualidade desses dois tipos de renda" (Ricardo, 1821, p.70).
- Em relação à diferença de qualidade das terras, afirma que, quando a terra de qualidade inferior passa a ser cultivada, aumenta o valor de troca da produção bruta, porque é necessário mais trabalho para obtê-la.
- Ricardo acredita que os altos preços do trigo e a consequente existência da renda da terra são causados pela necessidade de se empregar mais trabalho na produção da última quantidade obtida, e não pela renda paga ao proprietário da terra. Portanto, a renda da terra não entra no preço do trigo. Segundo ele, "O preço do trigo não é alto porque uma renda é paga, mas uma renda é paga porque o preço do trigo é alto" (Ricardo, 1821, p.74)
- Ricardo afirma que a renda da terra é sempre o efeito de um aumento de riqueza e nunca a sua causa. Além disso, para Ricardo há uma relação inversa entre a riqueza e a renda, como mostra a próxima citação.
"A renda aumenta mais rapidamente, quando a terra