Renascimento
Durante os últimos 20 anos temos assistido, no mundo em geral e na América Latina em especial, à destruição sistemática do Estado e da política por forças econômicas que souberam aproveitar da globalização para desmontar o poder do Estado, e colocá-lo a serviço dos seus interesses. As forças econômicas organizaram conjuntos gigantescos diante dos quais os estados não podiam opor resistência. As forças econômicas foram capazes de financiar uma campanha publicitária que conseguiu divulgar e impor a ideologia neoliberal, que era nada mais do que a justificativa das grandes corporações internacionais.
No mundo, e sobretudo no mundo asiático, o Estado renasce e se transforma no grande motor da economia, ao invés de entregá-la às grandes corporações. No dia 4 de dezembro 2006, a mais importante companhia chinesa, a Petrochina, superou a Shell na bolsa de valores de Hong Kong e de Nova York. É um símbolo. Os Estados recomeçam a dominar o setor da energia, principalmente os setores do petróleo e do gás. As dez nações da OPEP controlam mais da metade da produção mundial , e as antigas corporações anglo-saxões, que eram as rainhas do petróleo (Exxon, Shell, BP, Total, Chevron) controlam somente os 9% das reservas (Le monde diplomatique, março 2007, pág. 1). Na Rússia o Estado recuperou o petróleo e o gás.
Também na A.L., o Estado recuperou o controle do petróleo na Venezuela, Bolívia, Equador. Acontece que as reservas conhecidas estão baixando e todos os produtores estão procurando novas reservas em todos os países do mundo. Os asiáticos praticam uma política desenvolvida de prospecção no mundo inteiro.
O êxito dos asiáticos do Extremo Oriente constitui uma advertência para outros países. Por que os asiáticos se desenvolvem mais que os latino-americanos? Lá o Estado não permitiu que a economia dominasse a política. O Estado permaneceu forte e não permitiu que as corporações pudessem adquirir um poder capaz de neutralizar seu poder,