renascimento
O palácio: habitação das elites. As artes no palácio
Desde os tempos mais remotos, e com a formação das primeiras sociedades organizadas, as elites governantes construíram para si próprias edifícios grandiosos para residirem que, se por um lado lhes conferiam comodidades, conforto e luxo acima das vulgares habitações, por outro lado, a sumptuosidade da sua arquitetura devia constituir um símbolo do poder que exerciam sobre as populações.
Ao longo da história, estas imponentes construções que serviam de habitação a reis, nobres ou destacados representantes do clero, destacavam-se de todo o casario ou aglomerado urbano e foram, genericamente, denominadas palácios. No entanto, o termo “palácio” provém de palatium, a designação atribuída às imponentes construções situadas no monte Palatino, uma das sete colinas de Roma, que serviam de residência aos Césares imperiais.
A celebridade deste sítio decorre da lenda da fundação de Roma, acreditando-se que foi no Palatino (de Pale, deus latino dos pastores) que Rómulo edificou a primitiva cidade quadrada. Aqui foram construídos os palácios de César Augusto, Tibério e Domiciano. E, se ao longo da Idade Média, toda a vida política, económica e cultural se centrou praticamente nos mosteiros e nos castelos, a partir do século XII, com o renascer da vida urbana, o crescimento das cidades e o surgimento da burguesia, geraram-se alterações políticas, sociais e culturais com repercussões nos modos de vida das classes mais abastadas que se exprimiram, sobretudo, nos palácios.
Ou seja, a ascensão social e económica das grandes famílias burguesas do Renascimento vai refletir-se, também, na construção de palácios, para a qual destacavam as suas fortunas e convocavam os arquitetos mais reputados. Primeiro em Itália, e depois expandindo-se por toda a Europa, os palácios afirmam-se gradualmente como a habitação das elites e como símbolo da forma de vida burguesa. São, sobretudo, espaços onde impera o