Renascent
A fragmentada sociedade feudal da Idade Média transformou-se em uma sociedade dominada, progressivamente, por instituições políticas centralizadas, com uma economia urbana e mercantil, em que floresceu o mecenato da educação, das artes e da música. no período medieval, a questão dos direitos humanos não ganhou corpo. A sociedade estratificada e dividida era alavancada pelas relações de vassalagem e dominação inscritas nos feudos. Garantias – direito à terra, à vida, à dignidade, à liberdade –, sob a ótica de um código e sistema legal, não abarcavam qualquer visibilidade. Neste contexto, a liberdade do pensar, representar e reproduzir estava excluída, tendo em vista uma ampla massa de iletrados e analfabetos.
O declínio do medievo aponta para o ressurgimento de algumas aspirações e expectativas. O interesse pelas artes, cultura e equilíbrio de formas – na poesia, pintura, dramaturgia – retomam lugar nas preocupações humanas. Artistas e pensadores, como Erasmo de Roterdã e Giovanni Pico della Mirandola, anunciam, com o humanismo, um homem culto, apegado às artes, ao conhecimento e às sensibilidades. O direito à expressão da arte e da cultura anuncia um novo caminhar da humanidade e suas formas de representação de si, da sociedade e da natureza. Nas artes, homens como Leonardo Da Vinci, sugerem a apreciação do belo, da liberdade e da criatividade.
As transformações sociais e econômicas, em período renascentista, revelam um novo tempo a delinear as relações humanas e culturais. É tempo de florescer do comércio, das navegações, de tomadas de outros territórios. Mudanças econômicas são acompanhadas por transformações na ordem política e nas representações legais. A noção do Estado Moderno a comandar relações e controlar “o estado de natureza“ – como sugerirá Thomas Hobbes – insurge com força e vitalidade, indicando novas formas de regulação de existência e da relação entre as pessoas. A perspectiva do humano, portador de uma liberdade natural, concede