Religião
O pensamento lógico-racional começa a se constituir em locais e momentos isolados, abrangendo culturas orientais e ocidentais. A tradição do Ocidente considera a Grécia Antiga o berço da filosofia, não apenas pela criação do termo – philos + sóphos, amante da sabedoria – como pela primeira sistematização do conhecimento em bases lógicas e argumentativas.
Desde os primeiros filósofos denominados pré-socráticos ao período das grandes escolas de pensamento (platonismo, epicurismo, aristotelismo, etc), ocorreu um lento, gradual rompimento com as formulações mágicas e os relatos míticos.
No pensamento mágico, a pessoa acredita ter poderes, através de rituais ou cerimônias mágicas, para interferir nos fenômenos da natureza ou intervir na existência humana. Exemplos: a dança ritual da chuva, o vodu haitiano, rituais afro-brasileiros de “amarração” e várias formas de ocultismo e bruxaria. O pensamento mágico considera a eficácia do ritual, não a sua verdade. Ou seja, quando uma pessoa ou grupo de pessoas acredita firmemente nos poderes da magia, todas as explicações remetem sempre ao mesmo princípio que fortalece apenas o próprio ritual: se deu certo, prova-se a sua “verdade”, se deu errado, a magia não foi realizada corretamente.
Um bom experimento para comprovar o poder da sugestão mental tão característica desses fenômenos é o placebo, um medicamento sem qualquer princípio químico ou farmacológico ativo, mas de grande eficácia na vida cotidiana ou tratamento de doenças como a hipocondria. Os resultados surpreendentes do uso do placebo comprovam a capacidade da mente humana de se deixar sugestionar por crenças ou convicções acreditadas pelo indivíduo. Pode-se mesmo fazer um trocadilho: a mente...mente!
No pensamento mítico, o poder de interferir nos fenômenos é deslocado para uma dimensão sobrenatural, povoada de deuses. O poder de provocar a chuva não pertence mais ao grupo que realiza o