religião
Para Paulo Freire, o processo de aprendizagem não deveria preocupar-se apenas com os fundamentos tecnológicos das estruturas para as atividades do desenvolvimento do aluno, mas também, e, principalmente, com a vocação ontológica (“pertence ou relativo à ontologia, a qual é a parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres” – Mestre Aurélio) do homem como sujeito, e não como objeto do processo educacional, conforme dissemos em outros tópicos deste trabalho.
Neste ponto, há plena identificação entre a pedagogia de Freire e o processo de aprendizagem cristã: para este, o aluno deve ser o sujeito da educação cristã, conforme nos esclarecem inúmeros textos bíblicos, entre eles Êxodo 18:20;
Levítico 10:11; II Crônicas 17:9; Neemias 8:7; Atos 15:35; 18:25; 28:31; Romanos
12:7; Colossenses 1:28; I Timóteo 3:2; 4:13; 5:17; Tito2:7). A Bíblia não entra em detalhes sobre formas e procedimentos de ensino, mas dá ênfase à edificação do aluno, razão de ser da educação cristã.
CONCEITO “BANCÁRIO” DE EDUCAÇÃO
Para Freire, “na visão bancária da educação, o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada ser (...) Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe àquele dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos”.
O resultado de uma aprendizagem baseada unicamente no conceito bancário da educação, criticado por Freire, oferece aos alunos a única opção de receber dos depósitos (conteúdo programáticos de ensino), guardá-los (memorização dos conteúdos recebidos) e arquivá-los (transferir os conteúdos para o subconsciente). Pra Paulo Freire, isso não é aprendizagem, uma vez que o educador e educandos arquivam-se a si mesmos na medida em que, nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na