Religião é o compromisso com assuntos que atingem a sociedade
Helmut Renders, professor de Teologia da Universidade Metodista de São PauloSegundo Helmut Renders, professor de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, desde o século XVI até o início do século XX foram construídas barreiras entre os dois lados. “Às vezes a religião oprimiu a ciência, outras vezes, a ciência ridicularizou a fé. Saímos desse conflito com muitas suspeitas em ambos os lados e também com dúvidas. Essas dúvidas tem a ver com a crescente noção da complexidade do assunto, mas não podemos nos entregar a essa complexidade ou nos esconder atrás dela. Por causa disso, precisamos dialogar com as ciências para compreender melhor as suas alegações”, disse.
Renders também enfatizou que a inversão de papéis entre ciência e religião é um problema. “Quando a ciência tenta responder perguntas como ‘de onde viemos?’ e ‘para onde vamos?’, ela sai do seu campo de atuação”.
No entanto, o professor vê uma possibilidade de interação maior entre fé e ciência hoje em dia e tem previsões de como devem se articular as novas relações entre ciência e fé. “Temos hoje uma tendência mais autocrítica tanto entre os cientistas naturais e humanos como entre os teólogos. Dessa forma, podemos superar antigos discursos mais apologéticos e nos concentrar às perguntas mais essenciais. Por exemplo, seria o ser humano uma máquina? Um conjunto muito complexo de impulsos químico-elétricos? Pode-se descrever e compreender o ser humano somente na base dessas descobertas? Há tendências nas interpretações neurológicas e genéticas que fortalecem uma visão mais determinista