religião e classe social
26 a 29 de julho de 2011, Curitiba (PR)
GT: Religião e Modernidade
Título: Evangélicos Urbanos: de pedreiro a classe média emergente – Um novo perfil sociológico dos evangélicos brasileiros.
Autor: Gamaliel da Silva Carreiro – Dr. Sociologia (UNB), Professor Adjunto do
Departamento de Sociologia e Antropologia – UFMA. gamasc72@hotmail.com Prof. Dr. Gamaliel da Silva Carreiro1
Gostaria de começar este artigo retomando algumas idéias de Max Weber, especialmente a oposição que ele faz entre a religião vivida pelo homem do campo e a praticada na cidade. Para o camponês, a religião nunca ocupou uma função primordial, como elemento balizador de suas ações. Weber nos informa que a religiosidade camponesa não sofreu uma sistematização racional das práticas e só é invocada em momentos de ameaça. Ela se apresenta, geralmente, concentrada sob a forma de rituais mágicos. “Em regra, a camada camponesa permanece fixada na magia animista ou no ritualismo, sobre o fundamento de uma religiosidade ética, porém rigorosamente formalista do ut des em função do deus e ao sacerdote” (Weber, 1994: 321-22). Para Weber, todas as grandes religiões mundiais sempre trataram o homem do campo como portador de uma religiosidade suspeita e pouco confiável 2.
Em oposição ao campo, Weber afirma que a cidade foi considerada a sede da devoção em praticamente todas as religiões mundiais e, em especial, no Judaísmo e Cristianismo. Pode-se
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Professor Dr. do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA e coordenador do GPSOL – Grupo de
Estudo Estado Cultura e Teoria Social (em formação).
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A noção de que o homem do campo é aquele indivíduo grato a Deus e piedoso é um fenômeno essencialmente moderno. Para os sacerdotes da Índia, a religião camponesa é mal vista e sinônimo de superficialidade. Para o judaísmo, camponês e ateu são simplesmente conceitos idênticos. “Quem não é habitante de uma cidade é politicamente e