Religião e bruxaria nos tempos da Inquisição
Os dois autores, ao analisarem as relações entre religião, magia, e o comportamento do homem moderno, não só puseram às claras assuntos não tão lembrados na historiografia, como também proporcionaram uma mostra de um rico estudo de fontes e métodos historiográficos de grande valia para nós historiadores.
As obras literárias do período em questão, nos oferece pistas para aferir o quão estreita era a relação entre magia e religião no imaginário da modernidade. Assim, temos o exemplo da tragédia escrita por Shakespeare, Macbeth, dos primeiros anos do século XVI. Onde o enredo faz alusão à crendice nas profecias de bruxas, relacionando aos jogos de poder que envolviam os tronos de reinos europeus naquela época.
Keith Thomas vai mais afundo nessa discussão com seu trabalho intitulado ‘’Religião e declínio da magia’’, onde analisa as relações entre religião (cristianismo) e crenças populares de um lugar específico, que é a Inglaterra. Um estudo que aborda os momentos de aproximação e separação dessas duas categorias de mentalidades, e seus possíveis fatores.
Com o advento da modernidade, a Europa ocidental, drasticamente rompera em muitos aspectos com a Idade Media. Contudo, a religião católica continuou exercendo o papel de formuladoras do comportamento do indivíduo e suas relações de convívio. O clero, através de suas ações doutrinárias, tinha, de certa forma, o controle da população. Tanto Keith, como Jean Dumeleau em “História do medo no ocidente: