Religião indigena
Introdução
Ao longo da história do Brasil, os indígenas, isto é, os nativos, sempre foram definidos pela negação: não tem escrita, não tem religião – “pois não tem templos nem ídolos!, como dizia um jesuíta na época colonial -, não tem lei, não tem governo e não tem história. O que antes era visto como ausência ou limitação, vê-se que é simplesmente uma maneira diversa de ser. São simplesmente diferentes. Apesar da diversidade cultural, nesse texto vamos abordar as características religiosas que lhes são comuns ou encontradas em muitos povos do Brasil, privilegiando de certa forma os povos Tupinambá e Guarani, que foram os que mais marcaram nossa cultura brasileira e nossa religiosidade popular, por terem sido os povos com quais convivemos por mais tempo.
1) O profundo sentido de Deus
A idéia de deus perpassa todas as religiões indígenas. Muitos desses, povos tem a noção de um Deus criador, mas de um Deus que cria e, em seguida, se afasta, intervindo no mundo através de entidades espirituais ou heróis civilizadores, isto é, humanos com grandes poderes. Outras vezes esse herói é também o ancestral de um povo.
Para os Tupinambás, povo que ocupou grandes áreas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Mona, que significa o ancião. Criou o céu, a terra, os homens e tudo o que existe.
Devido a maldade dos homens destruiu essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas um sobrevivente, Maira Mona, que pediu que o restaurasse. Uma grande chuva apagou o incêndio, surgindo ai uma nova terra. Um conflito entre dois irmãos – Tamoindaré e Arikuté, descendentes de Maira-Monã -, desencadeou uma nova catástrofe, um dilúvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmãos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindaré descendem os Tupinambá e de Arikuté, descendem os Temiminó e isso explica porque até hoje são inimigos.
Os Guarani chamam a Deus pelo nome de