religiosidade indigena
O corte de recursos para a varrição das ruas por parte da prefeitura de São Paulo permite um relacionamento entre conceitos que pareciam em desuso. Urbs, civitas e polis abrangem a cidade em sua estrutura física e na organização social que ela demanda. Da Grécia antiga surge a polis, local de encontro público e ensaio do que entendemos por política. Do latim, vem a idéia de civis ou civitas: cidadão, cidadania e civilização. Dessa mesma língua, veio a urbs, o urbano, que demarca o espaço territorial da produção e da vida.
A varrição das ruas deixou de ser realizada pelo Estado e foi transferida para organizações sociais ou empresariais. Nessa transferência, o controle social é o aspecto menos valorizado. A formulação dos contratos entre prefeitura e empresas ainda não alcançou maturidade que contemple a transparência necessária nas ações públicas por parte das empresas e responda às necessidades dos beneficiários dos serviços. Ainda falta, nos instrumentos jurídicos, espaço para planejamento de indicadores de resultados, aspecto a ser compartilhado entre governo e sociedade. Tal ação parte de uma gestão compartilhada construída pelo exercício político, aproximação da polis.
O lixo jogado nas ruas demonstra uma falta de conscientização individual em relação ao papel de cada um na construção e organização do espaço da cidade. Aproximando dos conceitos citados anteriormente, falta civitas às pessoas na percepção de que a cidade que elas sujam é a mesma em que moram, trabalham e vivem. Essa carência de civilidade aumenta o trabalho dos serviços de varrição, que passa a ser um exercício quase que eterno. Neste sentido, a cidade carece de comunicação educativa que demonstre às pessoas o seu papel na construção do espaço como um todo.
Os dois aspectos (ou a falta deles!) - polis e civitas - atingem diretamente o espaço e a geografia da cidade, a sua urbs. Uma cidade do tamanho