religiao
O perfil do Messias segundo o Salmo 2
Tércio Machado Siqueira
Este estudo do Salmo 2 tem o propósito de seguir os caminhos da exegese, embora não seguindo formalmente cada um de seus passos. A tradução do texto hebraico vai respeitar o ritmo da fraseologia original para tentar captar o sentimento e a intenção do autor. Por isso, a tentativa de analisar os versos a partir da estrutura literária e das frases sobrepostas.
A forma do Salmo 2
Formalmente, esta composição traz as marcas de um messianismo criado e legitimado em Jerusalém. Não é difícil perceber nela a lógica da hermenêutica dos teóricos sionitas. Sim, porque esta composição possui as marcas de uma poesia ideologicamente planejada para popularizar e disseminar a teologia confessada em Jerusalém.
O autor inicia descrevendo uma revolta das nações, contra a soberania de Javé, com a finalidade de assumirem o controle político e econômico do mundo (v. 1-3). Diante dessa ameaça de guerra, o salmista mostra como Javé (v. 4-6) e o seu masiah Ungido (v. 7-9) reagem às ambiciosas tentativas dos seus adversários. Assim, o salmista passa à comunidade judaica o argumento da legitimidade do
Ungido masiah, o Messias, bem como a demonstração de sua força e seu poderio sobre tudo e todos. Por essa razão, nos versos 10-12, o autor dá um ultimato às nações, exortando-as a obedecerem a Javé e ao seu Ungido. Evidentemente que o salmista quer passar à comunidade judaica o argumento da legitimidade e poderio do seu Messias.
138
Caminhando, vol. 7, n. 2 [10], 2002.
O compositor deste salmo não esconde a sua intenção. Através de frases sobrepostas, ele intensifica o seu argumento e põe em destaque do rei Messias, em Jerusalém, cuja soberania é exercida de modo singular.
A linguagem do Salmo 2
É preciso, em primeiro lugar, estar atento à terminologia empregada pelo autor deste salmo.
Ela certamente fornecerá algumas indicações valiosas para o estudo desta composição. Uma rápida