religiao
Entrei e vi um Anjo no balcão. Maravilhado, disse-lhe:
— Santo Anjo do Senhor, o que tens?
Respondeu-me:
— Todos os dons de Deus.
Perguntei:
— Custa muito?
Respondeu-me:
— Não, é tudo de graça.
Contemplei a loja e vi jarros com sabedoria, vidros com fé, pacotes com esperança, caixinhas com salvação, potes com amor. Tomei coragem e pedi:
— Por favor, Santo Anjo, quero muito amor, todo o perdão, um vidro de fé, bastante felicidade e salvação eterna para mim e para minha família também.
Então, o Anjo do Senhor preparou-me um pequeno embrulho, tão pequeno, que cabia na palma da minha mão.
Maravilhado, mais uma vez, disse-lhe:
— É possível tudo estar aqui?
O Anjo respondeu-me sorrindo:
— Meu querido irmão, na loja de Deus não temos frutos. Apenas sementes.
Anjo
O menino voltou-se para a mãe e perguntou:
— Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum. Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.
— É uma boa idéia - falou a mãe. Irei com você.
— Mas você anda muito devagar - argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado. A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava. Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás. De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas e cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:
— Você é um anjo?
Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu, na poeira da estrada. Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.
— Ela não era um anjo, não é, mamãe?
— Com