Religiao e a ditadura militar
Regime militar instaurado no Brasil em 1964 e encerrado em 1985 com eleição de Tancredo Neves A chegada de João Goulart à presidência da República em 1963, depois da renúncia de Jânio Quadros em 1961, se deu em um contexto de acirramento entre esquerda e direita. Na década de 1960, movimentos liberais, progressistas e esquerdistas articularam-se pela aprovação das reformas de base. Estas mudanças incluíam a reforma agrária, fiscal e bancária, voltadas para a redistribuição das riquezas nacionais. O direito de voto aos praças, sargentos e analfabetos, e de uma lei de remessa de lucros para defender a economia nacional também estavam no projeto. Do outro lado estavam as classes médias, os setores conservadores da elite e uma parcela dos militares que opunham-se às reformas, considerando-as um atalho para o comunismo. O Partido Comunista Brasileiro defendia o reformismo e a consolidação da democracia liberal, o que aumentava a desconfiança dos setores conservadores em relação ao governo. Goulart e seus aliados, além de defenderem as reformas de base, também eram vistos como continuadores do “getulismo”, fortemente combatido por setores da elite, em especial devido a sua prática de promover a centralidade dos sindicatos na política. Goulart também reatou laços diplomáticos com a União Soviética e negou-se a apoiar uma intervenção militar em Cuba, o que irritou seus opositores que já haviam tentado impedir sua posse em 1961. No dia 1 de abril de 1964, um golpe civil militar (iniciado no dia anterior pela iniciativa apressada do integralista Olímpio Mourão) depôs o presidente Goulart e colocou em seu lugar uma junta militar, logo