Religi es no Brasil
Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Teologia
Orientador:
Brasilia – DF
2014
RESUMO
O campo religioso sofreu transformações nas últimas décadas que levaram à fragmentação institucional e à intensa circulação de pessoas pelas novas alternativas religiosas. A literatura sobre o campo religioso brasileiro tem demonstrado que as fronteiras institucionais que distinguem as religiões não-católicas entre si resultam de um processo histórico de alianças e conflitos entre atores religiosos e não-religiosos. Nesse processo, as formas religiosas foram se constituindo e se modificando em função de um jogo de forças que opôs a eficácia simbólica daquilo que contextualmente fosse definido como mágico e a legitimidade social do que fosse assumido como religioso. Assim, embora as análises antropológicas mais recentes tendam a fixar essas cosmo visões e seus rituais como inerentes às identidades religiosas — supondo implicitamente que essas práticas já nasceram como "religiões" definidas —, pode-se perceber a partir dos dados históricos apresentados pela literatura que as particularidades dos contextos locais, as personalidades e as trajetórias dos agentes mediadores que procuram institucionalizar certas práticas e os limites colocados pelas diretrizes jurídico-políticas do Estado promoveram arranjos muitas vezes difíceis de enquadrar nas tipologias religiosas produzidas pelos modelos acadêmicos.
Palavras – Chave: Religiões, Estado, Brasil.
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal Brasileira (1988) consagra como direito fundamental a liberdade de religião afirmando que o Brasil é um país laico e que, dessa forma, todos tem o direito de escolher e seguir a religião que lhe for de preferência. Dessa forma o Estado deve proporcionar um ambiente de compreensão religiosa em que haja total divisão entre Estado e igreja não havendo, de forma alguma, uma religião oficial.
O Brasil sempre