RELAÇÕES HUMANAS
Autoria: Thomaz Wood Jr. e Ana Paula Paes de Paula
Resumo:
Neste ensaio, descrevemos e analisamos o fenômeno da literatura de pop-management: a popularização dos livros e revistas de negócios, propondo uma reflexão sobre suas conseqüências para os indivíduos. Inicialmente, discutimos a evolução de um novo humor, caraterizado pela “cultura do management” e pelo “culto da excelência”, que está relacionado com a ascensão da “ideologia do empreendedorismo”. Após, descrevemos a “indústria do management” e analisamos o seu papel na produção de artefatos de pop-management, destacando a mídia de negócios. Em seguida, examinamos a emergência do “indivíduo S.A.” e as conseqüências do consumo destes artefatos. Ao final, apresentamos algumas reflexões sobre o fenômeno e caminhos para futuras pesquisas.
INTRODUÇÃO
Todos os dias livros de gestão empresarial e revistas de negócios chegam às livrarias e às bancas. Nos últimos anos, este segmento da indústria editorial tornou-se vigoroso e próspero. Entretanto, além da dimensão mercadológica, aquele que se detiver na observação do conteúdo, encontrará entre os livros mais vendidos e as revistas mais populares alguns padrões recorrentes: feitos grandiosos de gerentes-heróis, exortações à introdução de novas tecnologias gerenciais e receitas para o sucesso profissional. Na intersecção entre a oferta de panacéias gerenciais e a busca ansiosa de soluções fáceis para todos os males, ocorrida em clima – real ou imaginário – de turbulências e grandes mudanças, o management vem se popularizando e parece ter gerado um duplo: o pop-management.
Embora proponentes de visões mais críticas possam argumentar que tal literatura tem qualidade e consistência duvidosas, não se pode negar que ela hoje ocupa lugar de destaque entre as leituras de gerentes, consultores, estudantes e até professores. Tal literatura tem forte poder de influência na construção da agenda dos executivos e papel decisivo no lançamento e