Relações formais
INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS
Encenação III
Professores: Gustavo Viscardi e Marcelo Augusto.
Aluno: Victor André Carballar da Costa
CRITICA SOBRE A PEÇA: TRANSLUNAR PARADISE. (CCBB, Abril de 2013)
Entre as definições utilizadas por Jacques Lecoq para descrever as ideias de Copeau, está a “vontade de dirigir-se ao público popular com um teatro simples e direto”. (LECOQ, 1997: 21) E entre o publico e o palco na apresentação de “Translunar Paradise” estava essa definição.
A peça utiliza as concepções de que “menos é mais” e se faz entender por si só, com economia de luz, cenário, atuação e sonoplastia. Como nenhum desses elementos é utilizado para nada mais do que a obra, resulta um encaixe entre eles e esses fundamentos moldam-se entre si.
O cenário é talhado para a atuação e as necessidades da historia, tudo em cena tem sua responsabilidade e nada sobra e nem falta. Tudo pode ser usado e reaproveitado. As colheres num momento são colheres e em outro são usadas á favor da sonoplastia reproduzindo disparos de armas sendo batucadas na cadeira.
A mimica faz parte de uma das técnicas utilizadas na atuação, dispensando cômodos como armários e copas. A mesa é resignificada e torna-se maca ou cama. O cenário gira em torno da história e não são necessárias cores abusivas, o enredo chama a atenção por si só.
A iluminação fica por conta da função de visibilidade da cena e mesmo sendo simples completa o cenário trazendo tridimensionalidade. A atmosfera da cena é trazida pela luz branca que seleciona e diferencia a cena das mudanças de cenário, já que os atores em nenhum momento saem de cena, essas mudanças de cenário ocorrem sob uma luz de tonalidade anil.
Pude observar e me deleitar com uma obra tecnicamente acertada, sem afobações, excessos, em que a história que se propuseram a contar foi entendida. Todos os elementos em cena pareciam unir-se, eram solidários e talhavam a cena de forma “redonda” e sem exageros.