relação libano e siria
Um leigo, como a maior parte das pessoas que dão opinião sobre Síria e Líbano, pode achar que o Hezbollah entrou em Al Qusayr para atacar pacifistas opositores em suas vilas na Síria e assim sustentar o Bashar al Assad no poder. Mas a história é bem mais complexa, embora a organização libanesa realmente queira a permanência do regime em Damasco.
Al Qusayr, onde membros do Hezbollah realizaram uma operação, fica a 10 km da fronteira com o Líbano e é majoritariamente sunita e cristã. Os dois lados da divisa, porém, possuem algumas vilas majoritariamente xiitas. Nestes vilarejos, famílias possuem membros no Líbano e na Síria. Apenas ficaram em diferentes países porque a França decidiu ao traçar aleatoriamente as fronteiras do território que ficou sob o seu mandato após o colapso do Império Otomano.
Nas últimas semanas, rebeldes da oposição síria em Al Qusayr teriam atacado alguns destes vilarejos xiitas. Membros do Hezbollah no lado libanês que possuem relação de parentesco com xiitas sírios, por conta própria, cruzaram alguns metros da fronteira e foram defendê-los. O alvo acabou sendo também sunitas na cidade de Al Qusayr, que está dividida entre apoiar ou não Assad – os cristãos, alauítas e os xiitas defendem o regime, enquanto os sunitas lutam para derrubá-lo.
Este seria o envolvimento do grupo libanês neste momento na Síria que recebe destaque nas manchetes internacionais. Quem conhece a região sabe o que são estes vilarejos. É como ir de Barra do Una para Juquehy no litoral norte paulista.
Além disso, vale lembrar, os xiitas são uma ultra minoria