Relação entre psicologia comunitária e reforma psiquiátrica
A partir de meado de nosso século, vivenciamos alguns aspectos e movimentos que influenciaram no surgimento da Psicologia Comunitária. De início, podemos citar que o grande feito foi a reformulação das práticas e conceitos da Psiquiatria. Neste instante, nascem iniciativas modernizadas e contrárias às das estruturas manicomiais (iniciadas na Inglaterra, após guerra). Os hospitais e a taxa de mortalidade crescente começam a ser questionados, inclusive a valorização da vida. Inicia-se então, a iniciativa de tentar modificar e melhorar o tratamento nos hospitais psiquiátricos militares. Alguns psiquiatras da época lançaram a ideia de realizar grupos de discussão entre si, a fim de elaborarem novas atividades e integração para com os pacientes. Esta ideia obteve grande sucesso, pois desde então, surgiram comunidades terapêuticas, e mais tarde, o nascimento de psicoterapias em grupo. Esta reformulação do padrão médico não se limitou apenas em hospitais. Na França surge-se a “psiquiatria de setor”, ou seja, divisão do país em setores para que os profissionais possam formar equipes e trabalhar diretamente com a comunidade. A primeira Psiquiatria Comunitária surgiu nos Estados Unidos onde foi lançada a proposta de níveis de intervenções da assistência, de acordo com o quadro evolutivo da “doença mental”. São estes níveis: Prevenção primária (intervenção nas condições possíveis de formação da doença), Prevenção secundária (intervenção que procura o diagnostico e tratamento) e Prevenção Terciária (busca a readaptação do paciente ao convívio social após sua melhoria). Dentre todos estes momentos históricos, com certeza um dos mais importantes e repercutidos internacionalmente, foi a Psiquiatria Democrática, ocorrida na Itália. Dentre os ocorridos neste movimento, houve aberturas de hospitais para que os pacientes pudessem viver fora