RELAÇÃO ENTRE DOENÇA PERIODONTAL E COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES.
Doença periodontal pode ser definida como uma alteração patológica de caráter inflamatório dos tecidos gengivais (gengivite), podendo progredir para o periodonto de sustentação resultando em perda de inserção dentária (periodontite) provocada pelo acúmulo de biofilme dentário no local da alteração.
As doenças cardiovasculares (DCV) constituem a principal causa de morte em populações do mundo ocidental; 30% da mortalidade global de todo o planeta está associada às complicações das doenças cardiovasculares, ou seja, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica.
No Brasil, os números também são aterrorizantes. Em 2004, mais de 260 mil indivíduos morreram como consequência destas patologias, fato que leva as organizações de saúde do mundo inteiro a estudarem quais são os fatores causadores destas doenças e assim, promoverem campanhas preventivas.
Contudo, as doenças cardiovasculares e as doenças periodontais têm várias características comuns. Por exemplo, ocorrem com maior probabilidade em pessoas do sexo masculino, mais idosas, menos instruídas, com menores recursos sócios e económicos, com hábitos tabágicos, hipertensas, com estilos de vida desgastantes e socialmente isolados. A aterosclerose, que é uma das causas da doença cardíaca, é definida como uma doença progressiva que afeta músculos e artérias. A lesão avançada é denominada de ateroma. A presença do ateroma deixa o paciente propenso a tromboses. A área associada serve para aumentar a agregação plaquetária e a formação de trombos. Os mecanismos que ligam as doenças cardíacas e periodontal ainda não são totalmente conhecidos. Vários autores têm sugerido que fatores genéticos e ambientais podem estar envolvidos nesta associação. O aumento do número de bactérias periodontais no interior do epitélio juncional pode resultar na penetração de bactérias e seus produtos nos tecidos gengivais,