Relação de apego entre crianças institucionalizadas
A ideia de infância surge no Brasil com a chegada dos Jesuítas que traziam as ideologias europeias, por meio da educação rígida com as punições e imposição de castigos físicos, como melhor forma de criar as crianças para torna-las “homens e mulheres de bem”. Entretanto, essa noção se restringia apenas aos que possuíam posses e pertencentes à boa família, os demais, ou seja, a maioria composta por negros e mestiços continuavam sendo tratados como adultos e invisíveis no atendimento de suas necessidades básicas, vistos como mão de obra rentável no caso dos meninos negros que com 7 anos já trabalhavam nas lavouras. Os mestiços eram abandonados à própria sorte, frutos de relacionamentos inaceitáveis aos padrões morais e sociais da época e ou ao próprio sentimento de indiferença à criança.
A situação de crianças e adolescentes abandonados e vivendo a perambular pelas ruas se tornaram tão alarmantes que começaram a exigir um posicionamento por parte das autoridades locais. Só no século XVIII é que a coroa portuguesa instala no Brasil a Roda dos Expostos fundada em 1726 na cidade de Salvador, administrados pela Santa Casa de Misericórdia que acolhia os recém-nascidos.
Segundo Santos (2007), os fatores decisivos que contribuíram significativamente para o aumento no número de crianças e adolescentes em situação de rua, foram a Lei do Ventre Livre em 1871, na qual todas as crianças nascidas após essa data eram cidadãos livre do engenho, na qual a grande maioria das crianças foi entregue ao Estado e a outra libertação dos escravos com a Lei Áurea em 1888.
No inicio da urbanização crianças e adolescentes já faziam parte do quadro de funcionários das indústrias, entretanto muitas vezes não recebiam quase nenhum salário, propiciando a atividade mais tarde conceituada como vadiagem nas ruas e vielas dos grandes centros urbanos.
A exploração dessa força de trabalho nas fábricas e oficinas ampliava a reprodução do capital, devido aos baixos